quinta-feira, 17 de junho de 2010

Algumas de minhas propostas


Cuidar de quem cuida

“Ser cuidado implica em quase nunca se preocupar com o cuidador. Ser cuidador implica em quase nunca pedir ajuda para si,” (Psicólogo Claudemir Casarin)
Nós, ministros religiosos, somos cuidadores. Cuidamos da doutrina, cuidamos da harmonia,
cuidamos das famílias e das pessoas em suas dores, angústias, lutos, dúvidas e conflitos. Às vezes nos julgamos, e somos vistos por alguns, como pessoas sem direito a fraqueza e necessidades de cuidado. Exigimos de nós mesmos, e também as comunidades esperam de nós: trabalho, desempenho, vivacidade, preparo e presença. Corremos o perigo de parar para refletir sobre nossa própria necessidade de cuidado somente quando a vida pessoal, familiar e ministerial já sofre duras consequências.
Quem cuida do ministro? Em primeiro lugar o ministro deve estar aberto para aceitar ser cuidado. O próprio Senhor Jesus se deu o direito de dormir em plena tempestade, mostrando seu lado humano, com necessidades e sujeito ao cansaço. A comunidade, que é cuidada por ele, também deve se preocupar com o seu cuidado. É função do pastor sinodal ser pastor dos pastores (cuidador dos cuidadores), bem como encontrar caminhos para que o cuidado aconteça.
Por isso, proponho:
- Implantar um plano de visitação aos obreiros e famílias.
- Fomentar a continuidade e criação de grupos de aconselhamento fraterno.
- Estabelecer parcerias com profissionais da área da psicologia, que possam oferecer subsídios aos grupos de aconselhamento fraterno e terapia às famílias de nossos obreiros.
- Ser mediador e incentivador para que comunidades e obreiros caminhem juntos em dignidade e respeito mútuo.

Formação

A formação e edificação de comunidades no Sínodo Vale do Itajaí é um diferencial na IECLB. A Assessoria de Formação surgiu a partir do sonho de um grupo de obreiros que estudava o tema “desenvolvimento de comunidades”. Buscando comunidades mais vivas e atuantes, o Sínodo aprovou a criação da assessoria. Observando as necessidades das comunidades, foram criados cursos, programas, seminários que têm promovido crescimento pessoal e espiritual para os

membros e lideranças de nossas comunidades, bem como têm oferecido subsídios para o ministério. Muitos destes programas hoje, são conhecidos e aplicados
em diversos sínodos da IECLB. A Assessoria merece todo apoio para a continuidade de seus trabalhos e para a criação e implantação de programas que atendam a novas necessidades.
Proponho que, a partir das lacunas descobertas nas avaliações e das indicações do planejamento estratégico nas paróquias, a assessoria atue, de forma mais concentrada, em determinadas áreas ou paróquias.
A formação dos obreiros é igualmente essencial para que nossas comunidades sejam sempre vivas e atuantes. Esta formação acontece nas atualizações teológicas e conferências, através de incentivo e apoio para cursos de especialização e viagens de estudo. A exemplo das viagens de estudo autoprogramado para a Alemanha, proponho buscarmos possibilidades de formação em outras realidades, como Igrejas irmãs na América Latina.

Parcerias.

Uma Igreja sinodal é uma Igreja, na qual se trabalha em equipe e se faz parcerias. Nossas comunidades e paróquias têm uma riqueza enorme para compartilhar entre si. Os sínodos da IECLB têm experiências bem sucedidas para compartilhar com outros sínodos. Igrejas em outros países têm muito a nos ensinar e aprender conosco. No Ecumenismo vivenciamos a Igreja una que caminha junto na mesma missão.

A parceria com o Kirchenkreis Nordfriesland (sínodo da Alemanha) certamente fornece aos obreiros e lideranças, que dela participam, boas propostas de trabalho aplicáveis em nosso sínodo. Proponho a criação de um fórum para que estas experiências possam ser melhor compartilhadas e aproveitadas por nossas paróquias.

O tema parceria também nos faz olhar para fora dos muros da igreja, buscando em ciências, como pedagogia, psicologia, sociologia, comunicação, e administração, subsídios para um melhor desenvolvimento da missão no Sínodo Vale do Itajaí.
Além disto, é necessário fazermos parcerias com órgãos governamentais, buscando apoio e recursos para projetos. Já temos exemplos positivos, como as comemorações pelos 180 anos de imigração alemã em Santa Catarina, o projeto raízes de nossa história e a restauração do órgão de tubos da Igreja do Espírito Santo. Também a formação na área musical pode receber impulsos com projetos governamentais.
Importante é salientar que ninguém de nós sabe tudo e não há ninguém que nada saiba. Todos têm algo a dar e a receber - é o que ensina o apóstolo Paulo ao comparar a igreja com um corpo. Assim também entendo que nossas limitações, quando compartilhadas são carinhosamente supridas pela ajuda dos que caminham conosco.
Setores de trabalho
Os setores de trabalho necessitam de apoio constante para seu fortalecimento. Reconheço as especificidades e autonomia dos setores de trabalho, mas proponho incentivar o encontro entre diferentes setores, como jovens e idosos, crianças e jovens. Proponho ainda, como ação possível para este fortalecimento, a realização de planejamento estratégico para todos os setores de trabalho, a partir do qual será possível estabelecer metas e caminhos.
Diminuir distância entre Sínodo e comunidades
Em muitas comunidades, o Sínodo parece uma realidade distante. Muitos membros não conseguem entender a estrutura sinodal, a função do conselho, a necessidade do envio do dízimo ao Sínodo e à IECLB. Os que participam dos eventos sinodais ou de cursos valorizam a sua atuação, mas estes são poucos.
Para diminuir esta aparente distância, proponho a criação de um programa sinodal para ser realizado nas comunidades. Uma manhã bem celebrativa, com culto, atividades para as crianças, jovens, idosos; participação de representantes da diretoria sinodal, informação sobre ofertas do Sínodo e talvez encerrando com um almoço ou lanche comunitário.
O Sínodo não existe sem membros, comunidades, paróquias e ministros. Sínodo são todos estes caminhando em conjunto. Logo, lideranças sinodais precisam caminhar muito perto das comunidades.
Meu colega, P. Valmor Weingärtner, sugeriu um caminho para uma atuação sinodal que promova comunidades vivas e atuantes. Diz ele: “Pegue a enxada e vá prá roça.”
É isso que me proponho a fazer. Ir a campo, ao encontro, ajudar a carpir no chão de nossa Igreja, de nosso Sínodo, de nossas comunidades e famílias ministeriais. Vamos todos pegar a enxada e “ir prá roça” na certeza de que a vida, a justiça, a paz, a alegria e os frutos da palavra continuarão presentes.

2 comentários:

  1. Oi Breno,
    Seja muito bem-vindo ao clube dos blogueiros. Obrigado pelas informações que você nos disponibiliza aqui, neste espaço, e por sua disposição em participar da eleição na assembleia sinodal. Espero que este blog se torne um instrumento importante e poderoso para o seu ministério. Há uma verdadeira "capoeira" de blogs na internet e sei que o seu será um espaço rico e com a profundidade que é justa medida para uma comunicação séria e que faz diferença. Um forte abraço e sucesso!
    Clovis Lindner

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  2. Deus continue o abençoando nesta caminhada

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